sábado, 15 de agosto de 2009

Dogmas sobre Jesus Cristo.



1. Jesus Cristo é verdadeiro Deus e filho de Deus por essência

2. Jesus possui duas naturezas que não se transformam nem se misturam

3. Cada uma das duas naturezas em Cristo possui uma própria vontade física e uma própria operação física

4. Jesus Cristo, ainda que homem, é Filho natural de Deus

5. Cristo imolou-se a si mesmo na cruz como verdadeiro e próprio sacrifício

6. Cristo nos resgatou e reconciliou com Deus por meio do sacrifício de sua morte na cruz

7. Ao terceiro dia depois de sua morte, Cristo ressuscitou glorioso dentre os mortos

8. Cristo subiu em corpo e alma aos céus e está sentado à direita de Deus Pai




JESUS CRISTO É VERDADEIRO DEUS E FILHO DE DEUS POR ESSÊNCIA

Declara o Símbolo "Quicumque" do Concílio de Toledo (400-447):

· "É necessário para a eterna salvação crer fielmente na encarnação de nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, que é Deus e homem. É Deus engendrado na substância do Pai antes dos séculos..." (Dz. 40).

O dogma diz que Jesus Cristo possui a infinita natureza divina com todas suas infinitas perfeições, por haver sido engendrado eternamente por Deus.

Provas das Sagradas Escrituras:

· Títulos que aludem à dignidade Divina do Messias:

· Emanuel, Deus conosco (Is 7,14; 8,8).

· Conselheiro admirável, Varão Forte, Pai do século futuro, Príncipe da Paz (Is 9,6).

· "Tu és Meu Filho amado, em Ti deposito minha complacência..." (Batismo no rio Jordão - Mt 23,17).

· "Este é Meu Filho muito amado, escutai-O ..." (Monte Tabor - Mt 17,5).

· "...Não sabias que Eu devo ocupar-me nas coisas que dizem respeito ao serviço de Meu Pai..." (Lc 2,49).

· "Todas as coisas foram o Pai quem as colocou em Minhas mãos e ninguém conhece ao Filho senão o Pai, e ninguém conhece ao Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quiser revelá-lo..." (Mt 11,27).

Jesus equipara seu conhecimento ao conhecimento divino do Pai, porque possui em comum com o Pai a substância Divina. Os milagres são outra prova da divindade de Cristo:

· "As obras que faço em nome de Meu Pai dão testemunho de Mim..." (Jo 10,25).

JESUS POSSUI DUAS NATUREZAS QUE NÃO SE TRANSFORMAM NEM SE CONFUNDEM

Afirma São Leão I Magno (440-461) em sua epístola dogmática de 13 de Junho de 449:

· "Ficando então a salvo a propriedade de uma e outra natureza... natureza íntegra e perfeita de verdadeiro homem, nasceu Deus Verdadeiro, inteiro no seu, inteiro no nosso" (Dz. 143 ss.)

Também diz o Concílio de Calcedônia (451, IV Ecumênico):

· "...Nosso Senhor Jesus Cristo, Ele mesmo perfeito na divindade e Ele mesmo perfeito na humanidade... que se há de reconhecer em duas naturezas: sem confusão, sem mudanças, sem divisão, sem separação e de modo algum apagada a diferença de natureza por causa da união, conservando cada natureza sua propriedade e concorrendo em uma só pessoa" (Dz. 148).

Tudo isto indica que Cristo é possuidor de uma íntegra natureza divina e de uma íntegra natureza humana: a prova está nos milagres e no padecimento.

Sagradas Escrituras:

· "E o Verbo se fez carne..." (Jo 1,14).

· "O qual, sendo de condição divina, não reteve avidamente o fato de ser igual a Deus, mas se despojou de si mesmo, tomando a condição de servo, fazendo-se semelhante aos homens e aparecendo em seu porte como homem..." (Fil 2,6-7).

CADA UMA DAS DUAS NATUREZAS EM CRISTO POSSUI UMA PRÓPRIA VONTADE FÍSICA E UMA PRÓPRIA OPERAÇÃO FÍSICA

Declara o III Concílio de Constantinopla (680-681), sob Santo Agatão (678-681):

· "Proclamamos igualmente, conforme os ensinamentos dos Santos Padres, que não existem também duas vontades físicas e duas operações físicas de modo indivisível, de modo que não seja conversível, de modo inseparável e de modo não confuso. E estas duas vontades físicas não se opõe uma a outra como afirmam os ímpios hereges..." (Dz. 291 e Dz. 263-288).

Sagradas Escrituras:

· "Não seja como Eu quero, mas sim como Tu queres..." (Mt 26,39).

· "Não seja feita Minha vontade, mas sim a Tua..." (Lc 22,42).

· "Desci do céu para fazer não a Minha vontade, mas sim a vontade de Quem Me enviou..." (Jn. 6,38).

· "Ninguém Me tira, Eu a doei voluntariamente, tenho o poder para concedê-la e o poder de recobrá-la novamente..." (Jo 10,18).

Apesar da dualidade física das duas vontades, existiu e existe a unidade moral porque a vontade humana de Cristo se conforma com a livre subordinação, de maneira perfeitíssima à vontade Divina.

JESUS CRISTO, AINDA QUE HOMEM, É FILHO NATURAL DE DEUS

Diz o Concílio de Trento (1545-1563), na sessão IV de 13 de Janeiro de 1547 (sob Paulo III; 1534-1549):

· "...O Pai celestial... quando chegou a plenitude, enviou aos homens seu Filho, Jesus Cristo..." (Dz. 794, 299, 309).

Sagradas Escrituras:

· "Deus não perdoou Seu próprio Filho, mas sim O entregou por todos nós..." (Rm 8,32).

· "Deus tanto amou o mundo que lhe deu Seu Filho Unigênito..." (Jo 3,16).

· "E uma voz que saia dos céus dizia: 'este é Meu Filho amado, em quem me alegro..." (Mt 3,17).

· "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e pudemos contemplar Sua glória, glória que recebe do Pai como Filho Único, cheio de graça e verdade..." (Jo 1,14).

Os Santos Padres sempre rechaçaram a doutrina da dupla filiação de Cristo. O sentido do dogma é: a pessoa que subsiste na natureza humana (de Cristo) é o filho natural de Deus. A filiação é propriedade da pessoa, não da natureza. Em Cristo não existe mais que uma pessoa que procede do Pai por geração eterna; pelo mesmo motivo, em Cristo não pode haver mais que uma filiação de Deus: a natural.

CRISTO IMOLOU-SE A SI MESMO NA CRUZ COMO VERDADEIRO E PRÓPRIO SACRIFÍCIO

Afirma o Concílio de Trento (1545-1563), sob Pio IV (1559-1565), a 17 de Setembro de 1562:

· "O Sacrossanto Concílio... ensina, declara, ordena, que na Missa está contido e de modo não cruel se imola aquele mesmo Cristo, que apenas uma vez se ofereceu Ele mesmo cruelmente no altar da cruz..." (Dz. 940-122-951).

Sagradas Escrituras:

· "Eis aqui o cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo" (Jo 1,29).

· "Cristo nos amou e se entregou por nós todos em sacrifício e oblação a Deus..." (Ef. 5,2).

· "Porque nosso Cordeiro Pascal, Cristo já foi imolado..." (Rm 3,25).

· "Cristo se ofereceu uma vez como sacrifício para tirar os pecados do mundo..." (Hb 9,28).

O adversário deste dogma é o racionalismo (Dz. 2038). Cristo quando instituiu a Sagrada Eucaristia recordou o sacrifício de Sua morte:

· "Este é Meu corpo que será entregue por vós..." (Lc 22,19).

Cristo, por sua natureza humana, era ao mesmo tempo sacerdote e oferenda, mas por sua natureza Divina, juntamente com o Pai e o Espírito Santo, era o que recebia o sacrifício.

CRISTO NOS RESGATOU E RECONCILIOU COM DEUS POR MEIO DO SACRIFÍCIO DE SUA MORTE NA CRUZ

Declara o Concílio de Trento (1545-1563), sob Pio IV (1559-1565):

· "O concilio... por inspiração do Espírito Santo, ensina, declara e manda... Este Deus e Senhor Nosso, Jesus Cristo quis oferecer-se a si mesmo a Deus Pai, como sacrifício apresentado sobre a ara da cruz em sua morte, para conseguir para eles o eterno perdão..." (Dz. 938). "... que nos reconciliou com Deus por meio de Seu Sangue fazendo-Se por nós a Justiça, a Santidade e a Redenção..." (Dz 790).

Sagradas Escrituras:

· "Preço do resgate por muitos..." (Mt 20,28).

· "O qual se deu a Si mesmo em preço do resgate..." (1Tm 2,6).

· "São justificados por Sua graça..." (Rm 3,24).

· "...Ele se deu a Si mesmo por nós para redimir-nos de toda iniquidade..." (1Tm 2,14).

· "...este é Meu Sangue da Aliança que se derrama sobre muitos para a remissão dos pecados..." (Mt 26,28).

São Paulo atribui à morte de Cristo a reconciliação dos pecados com Deus, ou seja, a restauração da antiga relação de filhos e amigos com Deus (cf. Rm 5,10).

AO TERCEIRO DIA DEPOIS DE SUA MORTE, CRISTO RESSUSCITOU GLORIOSO DENTRE OS MORTOS

Expõe o XI Concílio de Toledo (675), sob Adeodato (672-676):

· "...ao terceiro dia, ressuscitado por sua própria virtude, se levantou do sepulcro." (Dz. 286)

Sua razão foi a união hipostática. A causa principal da ressurreição foi o lugar comum com o Pai e o Espírito Santo. Foi causa instrumental a parte humana de Cristo, unida hipostaticamente com a divindade, ou seja, o corpo e a Alma. É negada a ressurreição de Cristo em todas as formas de racionalismo antigo e moderno. Tal negação foi condenada por Pio X (Dz. 2036).

Sagradas Escrituras:

· Não deixarás Tu minha alma no inferno, não deixarás que Teu justo experimente a corrupção..." (Sl 15,10).

· "[Cristo predisse:] pois da mesma forma que Jonas esteve no ventre da baleia três dias e três noites, assim também o Filho do homem estará no seio da terra três dias e três noites..." (Mt. 12,40).

· "Os Apóstolos davam testemunho, com grande poder, da ressurreição do Senhor Jesus..." (At 4,33).

Do ponto de vista apologético: a ressurreição é o argumento mais decisivo sobre a verdade dos ensinamentos de nosso Senhor:

· "... e se Cristo não ressuscitou, nossa pregação é vazia e também a vossa fé..." (1Cor 15,14).

CRISTO SUBIU EM CORPO E ALMA AOS CÉUS E ESTÁ SENTADO À DIREITA DE DEUS PAI

Sob Inocêncio III (1198-1216), declarou o IV Concilio de Latrão (1215):

· "...fielmente cremos e simplesmente confessamos: ressuscitou dentre os mortos e subiu ao céu em Corpo e Alma..." (Dz. 429).

Todos os símbolos da fé confessam, de acordo com o símbolo apostólico:

· "...subiu aos céus e está sentado à direita de Deus Pai...".

Cristo subiu aos céus por sua própria virtude. O racionalismo é contrário a este dogma. O testemunho claro desta verdade da época apostólica, não deixa tempo suficiente para formação de lendas.

Sagradas Escrituras:

· Cristo havia predito: "O espírito é aquele que dá a vida; a carne de nada serve. As palavras que lhes disse são espirito e são vida..." (Jo 6,63; 14,2; 16,28).

· A realizou diante de testemunhas: "...com isto, o Senhor Jesus, depois de falar-lhes, foi elevado ao céu e se sentou à direita de Deus..." (Mc 16,19; Lc 24,51).

Importância: No aspecto cristológico é a elevação definitiva da natureza de Cristo. No aspecto sotereológico, é a coroação final de toda a obra redentora.

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